Doutoramento em Fabrico Digital Direto para as Indústrias dos Polímeros e Moldes é o primeiro no País a juntar politécnicos e universidades 

O programa de doutoramento em “Fabrico Digital Direto para as Indústrias dos Polímeros e Moldes”, o primeiro desenvolvido em associação entre o Politécnico de Leiria e a Universidade do Minho, vai arrancar no próximo ano letivo de 2020/2021 com 15 vagas, e terá a duração de seis semestres. Este ciclo de estudos, fruto de uma parceria inédita no País, que, pela primeira vez, junta um politécnico e uma universidade na criação de um programa doutoral, acaba de ser aprovado com a acreditação máxima atribuída pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), sendo válido por um período de seis anos.

O ciclo de estudos será ministrado na Universidade do Minho, Campus de Azurém, em Guimarães, e no Politécnico de Leiria, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), envolvendo também diretamente dois centros de investigação, o Instituto de Polímeros e Compósitos da Universidade do Minho (IPC) e o Centro para Desenvolvimento Rápido e Sustentado de Produto do Politécnico de Leiria (CDRsp), avaliados pela Fundação pela Ciência e a Tecnologia com Muito Bom e Excelente, respetivamente. As atividades letivas e de investigação serão partilhadas por Professores e Investigadores da Universidade do Minho e do Politécnico de Leiria. O grau de doutor será conferido pela Universidade do Minho, no ramo de doutoramento em Ciência e Engenharia de Polímeros e Compósitos, e a este ciclo de estudos poderão candidatar-se os titulares do grau de Mestre em Engenharia ou equivalente legal, os licenciados em engenharia em áreas afins detentores de um currículo escolar ou científico especialmente relevante, e quem apresente um currículo escolar, científico ou profissional, que seja reconhecido pelo Conselho Científico da Escola de Engenharia como atestando capacidade para a realização deste doutoramento.

 

«Este é o primeiro doutoramento em associação que envolve um Politécnico e uma Universidade em Portugal. É um marco histórico e um devido reconhecimento da capacidade científica do Politécnico de Leiria, da ESTG e do CDRSP – Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentável do Produto», considera Rui Pedrosa, presidente do Politécnico de Leiria. «Este é um doutoramento de interface que será suportado pelo desenvolvimento de investigação orientada para o desenvolvimento de soluções para as empresas numa área de ponta e de futuro, a fabricação direta digital. Esta parceria com a Universidade do Minho reforça a colaboração histórica entre as nossas instituições, nomeadamente na investigação e inovação que temos feito em conjunto em muitos projetos com empresas, principalmente no setor dos moldes e dos polímeros. Por essa razão, este programa doutoral, que consideramos de interface, contou com o suporte de 13 empresas e oito instituições não empresariais», explica o presidente do Politécnico de Leiria. 

«A Universidade do Minho e o Politécnico de Leiria têm vindo a trabalhar de forma estreita e sistemática desde 1997. Os tópicos de interesse científico do IPC, da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, e da ESTG e do CDRSP, do Politécnico de Leiria, cruzam-se e permitem sinergias que se tem vindo a revelar catalisadoras de novas ideias e projetos», entende Rui Vieira de Castro, reitor da Universidade do Minho. «A criação conjunta do programa de doutoramento permitirá multiplicar as atividades conjuntas e obter resultados científico-tecnológicos cuja transferência para as empresas contribuirá seguramente para a valorização das empresas e das regiões abrangidas por estas duas instituições de ensino superior, e terá também um efeito multiplicador ao nível nacional e internacional», salienta o reitor.

O programa de doutoramento em Fabrico Digital Direto para as Indústrias dos Polímeros e Moldes pretende formar recursos humanos altamente qualificados na vanguarda do domínio científico do Fabrico Digital Direto nas indústrias de polímeros e moldes, que integrem empresas e entidades tecnologicamente avançadas, e que, através do conhecimento, promovam o progresso sustentado dos tecidos industrial e social. Neste sentido, este ciclo de estudos procurará adequar a formação dos doutorandos ao exercício de uma atividade científica e profissional multidisciplinar, de elevada exigência, e dará suporte à consolidação dos pólos de competitividade e tecnologia e setores industriais relevantes.

 

«A criação deste doutoramento é uma aposta estratégica e um investimento das duas instituições de ensino ao nível industrial, económico e social, e também ao nível de estratégia e contexto politico. Ambas possuem um grande historial de cooperação e envolvimento na área de estudos deste doutoramento», reforça Rui Pedrosa. «Em 2013, no âmbito da submissão da “Portuguese Additive Manufacturing Initiative – PAMI”, infraestrutura científica e tecnológica liderada pelo Politécnico de Leiria, propusemos a criação de formação orientada para as tecnologias de Direct Digital Manufacturing (DDM), e, nos últimos três anos, no âmbito de projetos de investigação e desenvolvimento aprovados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), foram realizados, com o envolvimento do Politécnico de Leiria e da Universidade do Minho, vários projetos, entre os quais se destacam o add.additive, produtech.SIF, tooling4G, e Fibr3D, que, na sua linha de investigação, contam com o Fabrico Digital Direto como pilar preponderante», sustenta o presidente do Politécnico de Leiria.

Por sua vez, Rui Vieira de Castro destaca que «a criação de laboratórios colaborativos, nomeadamente o DTx, em que a Universidade do Minho é um dos promotores e principal ator técnico-científico, o acordo de cooperação desenvolvido pela Universidade do Minho com a Bosch, que levou à criação do DONELab, laboratório dedicado ao Fabrico Digital Direto, mas também o acordo do Politécnico de Leiria com a Siemens, constituem elementos catalisadores e promissores para o sucesso do doutoramento em Fabrico Digital Direto». O reitor considera também «extremamente relevante a enorme quantidade de PME que, nas regiões norte e centro, no Minho e Beira Litoral, vão beneficiar com esta atualização de know-how científico e tecnológico dos seus colaboradores, e com a captação de novos e motivados recursos humanos formados para uma indústria de futuro e com futuro».