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O Mar é a Terra – Sessão 1

Acesso ao evento – https://europa.zoom.us/j/88518619469?pwd=ZjVST1Q1cTVxYnk4bVlocGxGL1JmQT09

ESPAÇOS ENTRE AS MARGENS
Nesta sessão, para além do elemento marítimo, procuramos explorar o espaço entre as margens do mar que separa os continentes e do céu comum que o alberga, os espaços contíguos ao corpo e a um edifício, da comunidade como uma ilha e do espaço que sonhamos para reconstruir o mundo.

“Entre o céu e o Mar” – Giuliane Maciel, 2017
Sinopse: O filme nasce da necessidade de respostas, da busca da realizadora pelas suas origens junto de memórias e antigas cassetes filmadas por si e pelos seus pais.
Filme de escavação de memórias em cassete. A autora procura reconstruir o lugar do presente a partir delas. O passado pode ser como o presente? O passado tem um olhar triste, inexplicável. O presente identifica-se com essa tristeza. As mudanças de casa, de bairro, de cidade, num país outro em que os laços antigos se perdem e teimam em não se reconstruir, a não ser pelo trabalho da memória. Filme pessoal, sobre o encontro consigo no meio das memórias, do outro lado do oceano e deste lado do oceano. A mudança em busca de uma vida melhor e a consciência de uma liberdade restringida às paredes do apartamento. Os gestos que se repetem, ritualizados, debaixo do mesmo céu e junto a um oceano que separa e une. “Eu sou o céu e o mar que balança de lá para cá e está em todos os lugares ao mesmo tempo.”

“Ficção Científica” – David Afonso, 2017
Sinopse: Numa margem de Lisboa o Rio Tejo flui para o Oceano Atlântico onde fica a Fundação Champalimaud, uma arquitetura minimalista, abstrata e única de Charles Correa faz o autor viajar, faz isolar-se do resto das pessoas e dos seus pensamentos para imaginar novas linhas, formas e um futuro diferente quando se está naquele espaço. Uma projeção da sua identidade na procura de uma beleza maior.
“Não gosto de estar dentro deste corpo nem deste cérebro.” Não gosto dos corpos dos outros sentidos no meu corpo. A memória do desconforto sensorial como tema para uma fuga sobre o lugar do corpo numa arquitetura que abraça o oceano. A forma construída, planeada em harmonia com outras formas naturais e planeadas para a encontrar e aos corpos que a cruzam. Filme sobre a relação emocional com um edifício onde se investiga o corpo e que se conhece na sua relação com o espaço exterior e o lugar que o nosso corpo aí ocupa. Ficar com a beleza sentida, imerso nela. A arquitetura como beleza. Beleza como terapia.

“Há margem” – Filipe Oliveira, 2019
Sinopse: O documentário passa-se num pequeno bairro ilegal contruído á beira do Rio Tejo, tendo como vista na outra margem a cidade de Lisboa. O filme relata algumas histórias dos moradores e o dia a dia lá vivido.
No Torrão, um bairro, um lugar, um sítio à beira mar que não foi esquecido por Deus mas pelas leis, que “é bonito”, mas parece esquecido por quem não o habita, pelos de nós que fazemos contas. A vida é vivida com alegria. Este bairro é no hemisfério norte e todas as portas têm um número. Mas o bairro é ilegal e que futuro se pode encontrar assim?

“The gravitational field of time and space” – Inês França, 2021
Film art, experimental. Escondidos do mundo, camuflados transformados em outras coisas, os nossos sentidos transferem-se para uma natureza nova, onde o mar aparece como a paisagem ainda não construída ou adaptada pela tecnologia. Filme reflexão sobre a nossa condição acéptica confinada. Imaginemos que agora os órgãos dos nossos corpos se dissociavam e começavam a explorar o mundo independentemente. Teríamos uma nova consciência? Que mente emergiria?