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copyright João Salaviza e Renée Nader Messora

Filmar com os Krahô: Pactos, Memórias, Resistências

João Salaviza e Renée Nader Messora

AULAS ABERTAS DO MESTRADO EM ARTES DO SOM E DA IMAGEM
29 de março, 14h30
auditório do EP.1

“No sistema de parentesco do povo Krahô, os mais velhos dão os seus nomes aos mais novos. Este regime de transmissão inclui também os potenciais aliados que visitam a aldeia, normalmente não-indígenas vindos de lugares distantes. Junto dos Krahô somos a Patpro e o Wýhwý. Estesnomes foram ganhos há vários anos num ritual onde se começou a modelar uma teia de afinidades com a comunidade. Somos convocados a estar perto, a lembrar, e a ser aliados, numa relação que sempre se renova, de maneira circular.
No tempo da necropolítica nefasta, as alianças com os não-indígenas amplificam-se e multiplicam as suas formas.O cinema configura-se aqui como o instrumento pela qual essa relação se torna visível, ora através dos nossos filmes, ora através do coletivo audiovisual da comunidade, ora através de uma constelação de imagens que ecoam para fora da Terra Indígena, em forma de denúncia, apelo, ou enquanto um gesto radical de sedução cultural.”

JOÃO SALAVIZA
João Salaviza (1984, Lisboa) estudou Cinema na ESTC e na Universidad del Cine em Buenos Aires. Em 2018 estreou CHUVA É CANTORIA NA ALDEIA DOS MORTOS (co-realizado com Renée Nader Messora) no Festival de Cannes, recebendo o Prémio Especial do Júri – Un Certain Regard. O filme foi lançado comercialmente em vários países, destacando-se França onde foi visto por 45.000 espectadores. 
MONTANHA, a sua primeira longa-metragem, estreou no Festival de Veneza (Semana da Crítica) em 2015, no seguimento das curtas-metragens RAFA (Urso de Ouro na Berlinale 2012) e ARENA (Palma de Ouro em Cannes 2009). Os filmes de João Salaviza foram alvo de várias exibições e sessões retrospectivas em festivais e em espaços como o Centre Pompidou, La Biennale di Venezia de Arquitectura, Malba Buenos Aires, Haus der Kulturen der Welt, Barbican Centre, Tabakalera, Casa de America Madrid, entre outros. As suas últimas curtas foram lançadas no Festival de Berlim: ALTAS CIDADES DE OSSADAS em 2017, e RUSSA (co-realizado com Ricardo Alves Jr.) em 2018.
CROWRàé a sua última longa-metragem, co-realizada com Renée Nader Messora durante um período de quinze meses na Terra Indígena Krahô.

RENÉE NADER MESSORA
Nascida em São Paulo, em 1979. Formada em Direção de Fotografia pela Universidad del Cine, em Buenos Aires. Por 15 anos, trabalhou como assistente de direção no Brasil, Argentina e Portugal. Em 2009, Renée Nader Messora conheceu os Krahô e, desde então, trabalha com a comunidade, contribuindo na organização de um coletivo de jovens cinegrafistas. O foco do trabalho do grupo Mentuwajê Guardiões da Cultural é usar as ferramentas audiovisuais para o fortalecimento da identidade cultural e a autodeterminação da comunidade.
Em 2018 estreou CHUVA É CANTORIA NA ALDEIA DOS MORTOS (co-realizado com João Salaviza) no Festival de Cannes, recebendo o Prémio Especial do Júri – Un Certain Regard. O filme foi lançado comercialmente em vários países, destacando-se França onde foi visto por 45.000 espectadores. 
CROWRàé a sua segunda longa-metragem, co-realizada com João Salaviza durante um período de quinze meses na Terra Indígena Krahô.