“Olho-Vento” no Porto/Post/Doc: Film & Media Festival
Irina Oliveira, Mestre em Artes do Som e da Imagem
SELEÇÃO DE FILME COMPETIÇÃO CINEMA NOVO
28 NOVEMBRO, 15H15, EXIBIÇÃO DE FILME
PASSOS MANUEL
Irina Oliveira (1999), é uma artista multidisciplinar com estudos aprofundados no limiar entre o cinema e vídeo-instalação. É mestre em Artes do Som e da Imagem pela ESAD.CR (2024), onde também se licenciou no curso de Som e Imagem (2020). Em 2021, ganhou um prémio Sophia da Academia Portuguesa de Cinema, na categoria de Cinema Experimental/Estudante, com o seu filme “Semear, Ouvir, Fluir”, que participou em diversos festivais de cinema nacionais e internacionais. Tem vindo a participar em algumas exposições artísticas coletivas especialmente na cidade das Caldas da Rainha. Fez workshops e residências artísticas, nos quais pode contactar com artistas como Luísa Homem, Jonathan Uliel Saldanha, David Bonneville e João Dias.
Olho-Vento
Irina Oliveira
(15:00)
O vento é, na verdade, o ar em movimento devido às diferenças de temperatura na atmosfera. Embora invisível, ele afeta o nosso comportamento, dependendo do quão furioso se encontra ou se está tão seco e quente, como o do deserto, que leva as pessoas à loucura. É um fenómeno essencial para os pescadores, ajuda-os a atravessar o mar e pode mudar o curso das suas viagens. Junto à maresia, num dia de inverno, reparei que a força do vento deixava os pássaros imóveis por mais que eles se tentassem movimentar, como se a sussurrar para eles desistirem e deixarem-se levar. Percebi que o vento tanto leva como prende, tanto embala, como destrói. Como se pode dar a ver e a sentir o vento? O Olho-Vento investiga o conceito do limiar através das figuras do vento, do espelho, e de um corpofantasma. É uma obra videográfica com elementos autobiográficos na qual a autora reflete sobre as suas próprias experiências pessoais e o impacto que elas tiveram na sua prática artística. O olho-vento é múltiplo: situa-se no intervalo, no limiar entre aparentes opostos como o interior/exterior. É um corpo simultaneamente paralisado, mas em constante trânsito. Situa-se no lugar virtual do espelho, na penumbra da janela, no abismo sem fundo, no turbilhão do vórtice, na estranheza inquietante do que deveria estar oculto, mas emergiu, o seu corpo é fantasma: raptado pelo vento.
Ficha Técnica
2024, 15′, 16:9, Cor, Som
Locais de Filmagem: Zona Oeste de Portugal, Escócia e Marrocos.
Autora: Irina Oliveira
Música: Irina Oliveira, Jorge Castanho.