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ESAD.CR

Sob a Égide do Lugar

Nuno Sousa Vieira

AULA ABERTA
26 DE NOVEMBRO DE 2025, 9H30
SALA 7 DO EP.1 – ESAD.CR

Numa época em que a transfiguração dos lugares, das pessoas, das fisionomias, dos valores, dos empregos e da existência são fatores dominantes, é curioso que o que se mantém como elemento constante, potenciador do reconhecimento do período em que vivemos seja, precisamente, o seu carácter mutante. Nem sempre se trata de uma mutação de caráter metamórfico, por vezes, surgem fenómenos como o da trasladação, em que se tenta a todo o custo preservar características ou situações deslocadas para lugares diferentes. Isto também é evidente ao nível do fenómeno artístico no qual, repetidas vezes, objetos desenvolvidos para um determinado espaço são, sem um mínimo de pudor, integrados num outro lugar, sem que isso seja compreensível, quer do ponto de vista conceptual, quer formal ou do foro do seu visionamento. O valor dominante é a mercantilização. Esta deslocação a que as obras estão sujeitas interessa-me, surgindo no meu trabalho como uma espécie de “nomadismo” com características – site specific – que o referenciam. Os objetos que tenho vindo a desenvolver, têm uma morada, que é a do meu ateliê é nesse local que a sua significação pode atingir-se em pleno.

Nuno Sousa Vieira (Leiria 1971) Vive e trabalhe entre leiria e Lisboa. Artista visual, Professor Auxiliar na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL), Investigador Integrado do Núcleo de Pintura do CIEBA. Doutorado em Pintura pela FBAUL.
As suas mais recentes exposições aconteceram entre Portugal e Brasil, nomeadamente: 25 de abril (2025), Ateliê Fidalga, São Paulo; Sem pisar o chão (2025), Appleton Square, Lisboa; Um entre nós(2022), Galeria Raquel Arnaud, São Paulo, Tenho a vista cansada (2022), Galeria Mul.ti.plo, Rio de Janeiro, em Águeda, a exposição intitulada Amanhã é muito tempo (2023), integrada no ciclo de exposições Desenho Como Pensamento; na Galeria do Centro de Arte e Imagem do IPT, Tomar, Pelo que não se vê (2023) e na Galeria 3+1, Lisboa, Inhabitans ou imitar o andar (2023).
A minha prática artística está fortemente indexada a questões de contexto – produção e visibilidade. Neste sentido, o desenvolvimento das suas exposições surge como uma ferramenta capaz, não só de indexar a obra a um tempo e a uma geografia como, especulativamente, projetar outros tempos e outras geografias procurando e efetivando um posicionamento inclusivo. As relações entre o visível (o que está diante de nós e que pertencente ao presente) e o invisível (o que está oculto e nos convoca para outras latitudes geográficas e temporais) são problemáticas presentes na sua práxis.
Em abril de 2025 participou na residência artística Paulo Reis / ateliê Fidalga, São Paulo, Brasil, que resultou na exposição individual intitulada 25 de abril e em fevereiro de 2023 participou na residência artística da Josef and Anni Albers Foundation, Thread, Senegal. O seu trabalho está representado em diversas coleções: PINTA – Latin America (EUA), CAV (Centro de Artes Visuais) (Portugal), Ar.Co. (Portugal), Teixeira de Freitas (Portugal), PLMJ (Portugal), António Cachola (Portugal), Câmara Municipal de Leiria (Portugal), José Caballero (Madrid), Paulo Pimenta (Portugal), Coleção José Lima (Portugal), Coleção António Albertino (Portugal), Fernando Ribeiro (Portugal), José Carlos Santana Pinto (Portugal), Regina Pinho de Almeida (São Paulo), Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (Brasil), CAPC (Círculo de Artes Plásticas de Coimbra) (Portugal), Fundação Calouste Gulbenkian (Portugal), Vasco Collection (Portugal), Coleção do Estado (Portugal), Itaú Cultural (Brasil), Luiz Paulo Montenegro (Brasil).