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Design para debate 2021 | conversas zoom com convidados improváveis

Em 2021 a pandemia já não nos apanhou de surpresa e organizámo-nos de forma a regressar aos Seminários “Design para Debate” com um entusiasmo renovado. Decidimos, assim, assumir as plataformas de comunicação à distância como um facilitador que nos permitiu alargar os convites à comunidade internacional e trazer virtualmente até à ESAD.CR várias individualidades dos territórios contemporâneos do design.

Na sua 3ª edição, este programa volta a convidar os vários interlocutores para conversas que se centram no potencial do design enquanto facilitador da reflexão e do debate propondo pensar a necessidade de uma mudança paradigmática que desloca o design das aplicações para as implicações (sociais, culturais, eco-sistémicas, éticas, políticas, entre outras). Desde a sua primeira edição que esta reflexão e experimentação tem sido desenvolvida em conjunto com uma série de convidados que, ao longo dos anos, têm vindo a apresentar o seu trabalho de forma crítica, refletindo sobre de que modos esta mudança paradigmática cria a necessidade de repensar também as metodologias em design tendo em conta que nem sempre se trata apenas de projetar para contextos comerciais liderados pelo mercado, mas também para contextos sociais mais amplos.

“Design para Debate” é um programa de conversas da unidade curricular de 3º ano de Seminário da Licenciatura em Design Industrial, lecionada pelas professoras Carla Cardoso e Teresa Fradique.

As sessões, em inglês, serão transmitidas em directo no canal de youtube da ESAD.CR

Este é o programa do “Design para Debate” para 2021:

14/04, 15h00
Renny Ramakers (Droog Design)

Renny Ramakers é holandesa, historiadora de arte, curadora, crítica de design, co-fundadora e diretora da fundação de design Droog. Ramakers escreve artigos, dá palestras, implementa projetos e comissaria exposições no campo da arte e do design. No ano passado, foi curadora da Bienal de Artes N’GOLÁ na África Ocidental e da exposição pop-up Now Look Here em Amesterdão, ambas com artistas contemporâneos de África e da diáspora. Atualmente, a sua exposição ONWARD&UPWARD, sobre do poder das pessoas para continuar em tempos de incerteza, está em exibição em Amesterdão.

21/04, 15h00
Vera Sacchetti & Matylda Krzykowski (Foreign Legion)

Foreign Legion é uma iniciativa curatorial activa globalmente de Vera Sacchetti e Matylda Krzykowski.
Foreign Legion trabalha numa vasta gama de formatos, existentes ou imaginados, para o sector cultural e comercial.
Foreign Legion está interessada em ficções, alternativas e novas possibilidades.
Vera Sacchetti (Lisboa, 1983) é crítica e curadora de design, com base em Basileia, Suíça. Desempenha diversas funções como curadora, investigadora e editora, mais recentemente como coordenadora do programa da iniciativa multidisciplinar Driving the Human (2020-2023) e curadora da edição inicial do festival de arquitectura Archipelago: Architectures for the Multiverse (2021). É co-curadora da série de eventos TEOK Basel e co-fundadora da iniciativa curatorial Foreign Legion. Sacchetti foi curadora associada da 4ª Bienal de Design de Istambul, A School of Schools; conselheira curatorial da BIO 50 Bienal de Design em Ljubljana, Eslovénia; e, como parte da consultoria editorial Superscript, dirigiu a série de eventos “Towards a New Avant-Garde” na Bienal de Arquitectura de Veneza de 2014. Editou recentemente Design as a Tool for Transition: The Atelier Luma Approach; e Design As Learning: A School of Schools Reader. Escreve para publicações especializadas como Disegno, Metropolis, e The Avery Review, entre outras. Sacchetti ensina na ETH Zurique e HEAD Genebra, e em 2020 foi nomeada membro da Comissão Federal de Design da Confederação Suíça.
Matylda Krzykowski trabalha com o espaço: objectos dentro do espaço e ideias fora do espaço. O seu trabalho converge linhas periféricas para o centro e lança uma nova luz sobre as ideias que se encontram no cerne dos discursos que ela promove. Embora estes discursos não possam ser reduzidos às esferas operativas convencionais, poderão ser amplamente identificados como curadoria, design, arquitetura, arte e performance.
 Krzykowski procura instigar conversas, trabalhando no sentido de manter a força dos projetos, afetando os resultados. Estes resultados nascem quase sempre de uma colaboração intensa e generosa. O seu trabalho tem tido ressonância internacional. Krzykowski é organicamente interdisciplinar. (É uma forma de fazer, mais do que uma forma de pensar). 
Os meios que utiliza incluem, mas não estão limitados a: discurso, mensagens instantâneas, arquivo [ver: Online Depot], direcção de arte, teatro e performance [ver: Design Date], cenografia e coreografia [ver: Total Space], reportagem [ver: Things Might] e espaço digital tratado como espaço físico [ver: Desktop Exhibition]. Os veículos de comunicação que emprega incluem a exposição, a intervenção, o discurso público, e Instagram, para nomear alguns. Krzykowski viaja frequentemente para desenvolver formatos, participar em júris, dar palestras, curadoria de exposições, e conceber e ministrar workshops no campo cultural. Onde quer que esteja, ela vê o visível e reformata o invisível.

05/05, 15h00
Jan Boelen

Jan Boelen (1967, Bélgica) é curador de design, arquitetura e arte contemporânea. É reitor na Universidade de Arte e Design de Karlsruhe (HfG) e diretor artístico do Atelier LUMA, um laboratório experimental de design em Arles, França. Boelen estudou Design de Produto na Academia de Media & Design em Genk e foi o fundador e diretor artístico da Z33 – House for contemporary art em Hasselt, Bélgica. Foi curador da 4ª Bienal de Design de Istambul em Istambul (2018) e iniciou a Manifesta 9 na Bélgica (2012). Ao longo dos anos, tem vindo a desenvolver projetos e exposições que incitam o visitante a olhar para os objetos do dia-a-dia de forma inovadora.
Boelen editou recentemente o livro Social Matter, Social Design: For Good or Bad, all Design is Social (Valiz, 2020), e a sua escrita aborda as implicações do design na vida quotidiana e a forma como as práticas artísticas moldam a disciplina.

12/05, 15h00
Susana Soares

Susana Soares (Lisboa, 1977) é designer e educadora. Explora as implicações sociais e éticas do redesenho tecnológico da natureza. O seu trabalho oscila entre a incorporação de seres vivos em projectos que aproveitam as suas relações simbióticas com uma perspectiva de engenharia. Cada projecto envolve o desenvolvimento de estruturas de colaboração entre o design e a investigação emergente. Emprega o design para criar oportunidades de desenvolver uma tecnologia fluida, empatia e participação. 
É professora na London South Bank University e, foi investigadora na IMPACT! e Materials Beliefs. 
Depois de concluir a licenciatura em Design Industrial na ESAD.CR, fez o mestrado em Design Interaction no Royal College of Art em Londres.
O seu trabalho tem sido publicado com regularidade em revistas de design e científicas como a Wired, a New Scientist e a Nature e exposto no MoMA em Nova Iorque, MOMAK em Quioto, Science Gallery em Dublin, Southbank Centre e The Royal Institution em Londres. O seu trabalho integra aa colecção permanente do MoMA de Nova Iorque.

19/05, 15h00
Noam Toran

O trabalho de Noam Toran envolve a criação de narrativas intrincadas desenvolvidas como um meio de perturbar as historiografias hegemónicas. Partindo de histórias marginalizadas ou negligenciadas, Toran reflecte sobre as inter-relações da memória, apagamento, mitologia, identidade, e a força essencial da narrativa tal como é apresentada  em arquivos, filmes, literatura, e performance. O seu trabalho é materializado através de dramatizações sob a forma de instalações, modelos educativos, filmes, performances e guiões.
O seu trabalho tem sito exposto, projetado e publicado internacionalmente, nomeadamente no CNAC Pompidou (Paris), Kunsthalle Wien (Viena), Bienal de Arquitectura de Veneza, Victoria & Albert Museum (Londres), Schirn Frankfurt, Israel Museum (Jerusalém), Witte de With (Roterdão), MuHKA (Antuérpia), Museu de Arte Moderna (NYC), Trienal de Arquitectura de Lisboa, Musée d’Art Contemporain (St Etienne), Baltic Contemporary (Newcastle), Galeria Arnolfini (Bristol), Center for Contemporary Art (Tel Aviv), Musée D’Art Moderne (Luxemburgo), Kulturhuset (Estocolmo) e Haus der Kulturen der Welt (Berlim).