
1ºs Encontros de Gestão Cultural: Praticar cultura em comum
SESSÕES
17 DE DEZEMBRO DE 2025, 17H-24H
ÁTRIO DO AUDITÓRIO E AUDITÓRIO DO EP1 – ESAD.CR
Os Encontros de Gestão Cultural nascem da vontade de cruzar disciplinas, práticas e vozes do Mestrado em Gestão Cultural da ESAD.CR, num espaço comum de diálogo.
Estes encontros funcionarão em formato de Roda de Conversa e pretendem ser um momento de partilha, um ensaio coletivo de pensamento, onde convidados, professores, estudantes, alumni e todos os interessados são convidados para discutir o que significa gerir e praticar cultura hoje, nas cidades, nos museus, nos territórios, nas instituições, na política e nos gestos.
Sobre o formato: Sessões informais e participativas de discussão, em que todas as pessoas são convidadas a partilhar experiências, opiniões e reflexões sobre um tema específico. O objectivo é criar um espaço horizontal, aberto e inclusivo, onde se privilegia a escuta, o diálogo e a construção conjunta de perspectivas.
Cada painel é moderado por docentes e alumni das unidades curriculares envolvidas e pensado como uma roda de conversa, com breves provocações iniciais seguidas de diálogo entre convidados e público.
A participação do público é também parte essencial dos encontros: as intervenções podem ser feitas a qualquer momento, num registo de escuta e contributo crítico.
Programa
17h00 – 18h15
Painel 1 – Os desafios da mediação e das acessibilidades
Marta Bernardes (Ágora – Cultura e Desporto do Porto)
Marco Paiva (Terra Amarela)
Moderação – Lara Soares, Nuno Faria, Rui Matoso e Telma Lopes (alumni – coordenadora do plano de acessibilidades do BOOM)
18h15 – 18h30 – Intervalo
18h30 – 20h00
Painel 2 – Imaginar novas instituições: Programação e gestão artística e cultural
Bruno Abreu (Mucho Flow)
Nael D’Almeida (Nossa Fonte e KUBATA)
Moderação – Carla Cardoso, José Marmeleira e Catarina Branco (alumni – programadora MIL e Casa Capitão)
20h00 – 21h30 – Intervalo
21h30 – 23h00
Cultura e território. A gestão cultural a partir do lugar.
Em parceria com cineclube
Visionamento do documentário Batida de Lisboa
Nuno Barbosa (associação de moradores do Bairro da Quinta Grande)
João Mineiro
Tristany Mundu
Moderação – Teresa Fradique
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Comissão organizadora:
Carla Cardoso, José Marmeleira, Lara Soares, Nuno Faria, Rui Matoso, Teresa Fradique
Parceiros:
LiDA
Cátedra UNESCO em Gestão das Artes e da Cultura, Cidades e Criatividade
Gabinete de Programação e Difusão Cultural do IPLeiria
Cineclube das Caldas da Rainha
Catarina Branco
Programadora MIL e Casa Capitão
Catarina Branco é licenciada em Estudos de Cultura e Comunicação (Faculdade de Letras de Lisboa) e mestre em Gestão Cultural (ESAD.CR). Passou pelo Museu das Comunicações, MAAT, Iminente, Gerador e Palácio Anjos – Centro de Arte Contemporânea. Atualmente, integra a equipa de programação do MIL e Casa Capitão.
João Mineiro é antropólogo, sociólogo e investigador no Centro em Rede de Investigação em Antropologia e no IN2PAST – Laboratório Associado para a Investigação e Inovação em Património, Artes, Sustentabilidade e Território. Desenvolve neste momento um projeto de investigação sobre sons, poéticas, imagens e políticas da música negra e afro-portuguesa contemporânea. É colaborador da revista Rimas e Batidas.
Marco Paiva
Diretor Artístico Terra Amarela
Licenciado em Teatro – Formação de Atores pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Concluiu em 2008 o Curso Europeu de Aperfeiçoamento Teatral École Des Mêitres, dirigido pelo encenador brasileiro Enrique Diaz (CIA dos Atores).
PÓS GRADUAÇÃO em Empreendedorismo e Estudos da Cultura – Ramo de Gestão Cultural, no ISCTE. Colabora como ator, encenador e mediador, com diversas organizações culturais e estruturas de criação artística nacionais e internacionais. Colaborou com o projeto Crinabel Teatro desde 2000, assumindo as responsabilidades da coordenação artística entre 2008 e 2021. Faz cinema e televisão. Fundou em 2018 a TERRA AMARELA – Plataforma de Criação Artística Inclusiva, que desenvolve o seu trabalho em torno da cultura acessível e das práticas artísticas inclusivas. É desde 2023 professor assistente convidado na Escola Superior de Teatro e Cinema, coordenando a unidade curricular Práticas Artísticas Inclusivas.
Nael D’Almeida, licenciada em Psicologia, acredita no poder do trabalho coletivo para transformar os contextos em que está inserida. Colaborou em projetos de mentoria com a Associação Cavaleiros de São Brás e a Associação Juvenil Pangue D’Ami. A sua paixão pela arte levou-a a dedicar-se à gestão e produção artística, utilizando a cultura como ferramenta de resistência. Em 2022, cofundou a Associação de Intervenção e Difusão Cultural – Nossa Fonte, onde desenvolve pesquisa artística e direção curatorial. Integra o coletivo Mulheres Negras Escurecidas, que cria espaços de acolhimento e reflexão para mulheres racializadas. Em 2024, cofundou a KUBATA – Casa de Potencialização Artística na Linha de Sintra, um espaço de residência e profissionalização voltado para criadores negros.
Nuno Barbosa (Lisboa, 1988) nascido e criado no Bairro da Quinta Grande na charneca do Lumiar. Animador sociocultural no Instituto para o desenvolvimento Social. Trabalhou como mediador de a ação local na Raízes
associação de apoio a criança e ao jovem, aos 18 anos. Depois na mesma associação num CLDS como monitor.
Em 2012 começou a trabalhar como dinamizador comunitário na 5 geração do programa escolhas. Depois na 6 geração foi técnico de intervenção no projeto Claquete E6G tudo na Quinta Grande. Em 2019 trabalhou como técnico de intervenção no projeto Entreiguais no Casal dos Machados e desde 2019 que é auxiliar de ação educativa numa casa de acolhimento de Santa Casa Misericórdia de Lisboa. Em 2008 foi o presidente e fundador da associação jovenil TDK, que foi a 1 associação juvenil na Alta de Lisboa. Nesta dinamiza a comunidade local em eventos em expressões culturais e musicais. E desde de 2020 dinamiza, juntamente com os jovens da comunidade o clube de futebol Quinta Grande FC. É fundador e dinamizador da associação Bairro da Quinta Grande, conhecido líder comunitário é parceiro de importantes projetos que desenvolvem a cultura e arte no PER 7.
Telma Lopes Pereira é gestora cultural, artista e educadora artística. Doutoranda em Estudos Artísticos – Arte e Mediações, da IHA-NOVA FCSH, e bolseira da FCT, desenvolve investigação sobre práticas participativas nas artes visuais em Portugal, com foco no papel da mediação artística e da gestão colaborativa na promoção da acessibilidade, sustentabilidade e documentação da arte. Licenciada em Artes Plásticas e Multimédia e mestre em Gestão Cultural pela ESAD.CR, investiga projetos que ligam arte, participação comunitária e instituições culturais, explorando o potencial transformador das artes em contextos sociais e territoriais diversos. Foi coautora do relatório de investigação Tell Those in Charge – Transdisciplinary Report (2024), encomendado pelo LiDA – Laboratório de Investigação em Design e Artes, que integrou o processo de consulta europeia para a Adenda dos Jovens à Carta do Porto Santo Caldas da Rainha/Loulé (2025), centrada em cidadania e participação cultural. Coordena a Acessibilidade no Boom Festival em 2025, e desenvolveu projetos em escolas em Leiria, e instituições como a APPDA, que integram educação artística, mediação e acessibilidade.
Artista/Autor, Tristany Mundu constrói a sua obra a partir de diferentes práticas que se cruzam e se complementam nas suas investigações. Composição musical, realização, artes visuais, pintura, fotografia, escultura e performance são algumas das linguagens que utiliza como ferramentas para explorar e defender os temas que atravessam o seu trabalho como a identidade em relação com o espaço, a memória coletiva, a ideia de centro e margem, o movimento e o direito ao imaginário.
Nascido em 1995 na Linha de Sintra, de origens angolana e portuguesa, Tristany tem desenvolvido projetos que refletem e expandem o território onde cresceu. O seu álbum de estreia, Mela Riba Kalxa (2020), marcou a sua afirmação artística, desdobrando-se em concertos pela Europa e em duas mini-séries (Baxu ku nba e Au vivu), que revelaram a forte ligação entre a sua música e a imagem.A sua obra inclui projetos como Cidade à Volta da Cidade (CAM Gulbenkian) e Hinu Digra (MAAT), além da exposição Meia Riba Kalxa na boka mundu, apresentada no Festival Iminente com o apoio da Fundação Gulbenkian. Em paralelo, cofundou o coletivo Unidigrazz, que desde 2018 tem vindo a afirmar novas narrativas culturais através de exposições e colaborações em Portugal e no estrangeiro.
Em 2025, o coletivo inaugurou o Ponto Kultural em Algueirão-Mem Martins, a freguesia mais populosa de Portugal. Mais do que um espaço de criação e fruição cultural, o projeto responde às necessidades da comunidade artística local, funcionando como centro de residências, workshops, bolsas e projetos colaborativos. Tristany assume aqui um papel ativo de curadoria e co-gestão, ajudando a definir as linhas programáticas, a dinamizar ciclos artísticos e a orientar jovens artistas na experimentação das suas práticas. Atualmente, Tristany prepara o seu próximo álbum e novas criações que continuam a explorar a identidade da Linha de Sintra e a riqueza das diásporas que a habitam, enquanto ingressa no Mestrado em Artes do Som e da Imagem na ESAD.CR.
Bruno Abreu (Guimarães, 1982) tem formação em Design de Comunicação (Escola Superior de Artes e Design, Matosinhos) e em Fotografia (Instituto Português de Fotografia, Porto), com pós graduações em Digital Business, Marketing Analytics e Web 3.0 e Blockchain. Cofundador da Revolve, é responsável pela direção artística e programação da Revolve e de projetos como Mucho Flow, Antimuseu, Soirée, Agora Aqui e Vai m’à Banda. Paralelamente ao trabalho desenvolvido como programador, faz o agenciamento de bandas como Femme Falafel, Fumo Ninja, Fura Olhos, Marco Franco, Miguel Pedro, Montanhas Azuis, Ricardo Martins, Surdina e Tormenta. Trabalhou também como sub-agente em Portugal para artistas como Os Mutantes, La Monte Young Tribute (Étienne Jaumet, Sonic Boom, Céline Wadier), Marshstepper, Varg2TM, Bo Ningen, Nadia Tehran, Dälek, Lydia Ainsworth e Big Sir (Lisa Papineau e Juan Alderete, The Mars Volta).
Marta Bernardes nasceu, contrariando as possibilidades de nascer outra, em 1983 no Porto, em Portugal. Licenciou-se em Pintura pela FBAUP em 2006. Aprofundou o seu estudo em artes visuais e multimédia na ESNBA de Paris e mestrou-se em 2008 em Psicoanálisis y Filosofía de la Cultura pela UCM-Madrid. Desde 2005 apresenta-se regularmente ao público tanto com trabalho plástico e audiovisual, como com peças de pendor performativo, poético- musical e teatral. Apresentou obra em Portugal, Espanha,Itália, Tunísia, França, Brasil, Marrocos, Canadá e India. Tem obra em colecções públicas e privadas. Editou: Arquivo de nuvens (Cadernos do Campo Alegre, 2007) Ulises (na colecção Rato da Europa, Pé de Mosca, 2013) Claviculária (Douda Correria,2014), A inocência das facas (Tcharan editora, 2015) Achamento – com Catarina Nunes de Almeida (do lado esquerdo editora, 2015) Barafunda- com Afonso Cruz (Caminho, 2015) Ícaro (Mariposa Azual, 2016) Trabalhou como dramaturga e intérprete com o TEP, Ensemble- Sociedade de Actores, Terra Amarela- Marco Paiva, Companhia L’Alakran (Espanha-França) Juan Domingues (Espanha), Blitz (Grécia) entre outros. Foi assistente artística de Mickael Oliveira, Nuno M. Cardoso, John Romão, Rui Pina Coelho entre outros. Como criadora de teatro para público infanto-juvenil é autora (Texto, encenação, e direcção plástica e músical) de Rubro ( encomenda Teatro Maria Matos), Fabulosas Fábulas ( encomenda Fundação Gulbenkian),Barafunda ( encomenda Teatro Maria Matos), Amar um Cão ( encomenda Festival Silêncio), Bárbara Boba ( encomenda Festival Insubmissos- Madeira) e Os Figos são para quem passa (encomenda Teatro São Luiz – Egeac). É intérprete vocal em vários projectos, nomeadamente no projecto de Poemusica PuLSo e na obra Serpente infinita, de José Valente, obra vencedora do Prémio Carlos Paredes 2019. Foi entre 2020 e 2024 responsável pela programação de Educação e Mediação dos Museus e Bibliotecas do Porto- CMP- Ágora. Actualmente exerce funções idênticas no novo projecto de Centro Cultural do Porto- Antigo Matadouro, como membro da equipa da direcção de Convergências- Ágora/ CMP.
É actualmente curadora da Segunda Bienal Cultura e Educação do Plano Nacional das Artes ( Ministério da cultura- Ministérios da Educação)