Arte de Arquivo: rupturas e continuidades digitais
Sandra Camacho
AULAS ABERTAS DE SEMINÁRIO DE INVESTIGAÇÃO
7 de novembro de 2023, 14:00h
Auditório do EP.1 – ESAD.CR
Partindo do projeto-exposição, Toda a Memória do Mundo, parte um (2014) de Daniel Blaufuks, proponho a questão: poderão bases de dados e sistemas de recuperação de imagens ser vistos como extensões de processos e de concepções do arquivo? Terá a ruptura entre analógico e digital ocorrido, ou será que a arte arquivística é transversal a ambos?
Com uma carreira que se estende por várias décadas, Blaufuks tem desenvolvido projectos relacionados com questões em torno do Holocausto, exílio, memória e pós-memória. Fotografia, imagem em movimento e material de arquivo são as ferramentas escolhidas pelo artista para as suas escavações. Tendo começado com a apropriação de material de arquivo, como álbuns fotográficos, polaroids ou slides, Blaufuks emprega também imagens digitais e motores de busca de imagens como o Google Image nos seus projectos, sendo um estudo de caso ideal para iluminar continuidades entre arquivos analógicos e digitais, bem como estabelecer paralelos entre o uso de sistemas analógicos e digitais em práticas de arte de arquivo.
Sandra Camacho é doutorada em Estudos Comparatistas pela Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa. Desenvolve o projeto pós-doutoral, Explorações Artísticas de Limitações Tecnológicas na Fotografia Portuguesa do séc. XXI, no ICNOVA, FCSH-Universidade Nova de Lisboa. Tem como principais áreas de investigação o arquivo enquanto prática artística, arqueologia dos media, estudos interartes e intermedia.