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ESAD.CR

Universitários Pelo Futuro – principais desafios do nosso tempo

Samuel Rama

AULA ABERTA
22 DE ABRIL DE 2024, 14H30
SALA 10 DO EP1

O Big Bang deu-se há aproximadamente 13,7 mil milhões de anos e a formação do planeta Terra decorreu há aproximadamente 4,54 mil milhões de anos. O aparecimento do Homo Sapiens – deu-se há 300 000 anos e a sua organização em civilizações só ocorreu há 6 mil anos.
Desde o aparecimento do planeta Terra a uma equidistância ótima do sol, com uma massa e gravidade adequadas à formação de uma atmosfera útil para criação de vida, que se têm desenvolvido formas de vida complexas, interdependentes e abundantes. Mas desde o final do século XIX até à atualidade, a espécie humana foi a responsável pelo efeito de estufa, o abate massificado das florestas para sustentar a revolução industrial e o crescimento das cidades, a acidificação dos oceanos, o recuo dos glaciares, ou a falência das correntes termoalinas… Já desapareceram 1/3 dos recifes de corais, 1/3 dos moluscos de água doce, 1/3 dos tubarões e das raias, ¼ dos mamíferos, 1/5 dos répteis e 1/6 das aves. O diagnóstico é embaraçoso, quer em relação à restantes espécies, quer em relação aos ecossistemas onde habitam.  
O modelo económico estabelecido tem ajudado a criar uma devastação ambiental sem precedentes no planeta. É baseado no consumo exponencial de recursos, que cria desigualdades gigantescas. O 1% da população mais rica do planeta detêm cerca de 46% do PIB mundial. E os 70% dos mais pobres têm apenas 3% do PIB mundial. As desigualdades são tóxicas, sobretudo nas sociedades democráticas.
O declínio da história da abundância das formas de vida no planeta Terra, que nos compromete enquanto espécie, requer uma postura critica da análise e da ação, com vista à regeneração ainda possível de ser feita por todos e cada um de nós.

Samuel Rama é Licenciado em Artes Plásticas, na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, onde é docente desde 2003. Doutorado em Artes Visuais e Intermédia pela Universidade Politécnica de Valência. Foi diretor interino, subdiretor da ESAD.CR e Pró-Presidente do Politécnico de Leiria para a cultura e bibliotecas.
Artista e professor, a sua atividade incide na pesquisa da intrincada e complexa relação entre os meios da escultura, desenho e fotografia com as noções de paisagem.
Faz parte do grupo de professores do ensino superior que têm dinamizado um conjunto de debates em torno das questões sobre alterações climáticas.