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Produção cultural e precariedade em Portugal em tempos de Visto Gold
Paula Guerra, Miguel Santos, Giulia Lamoni, Cristina Pratas Cruzeiro, Ana Paula Arnault, Maria Mire, Otávio Raposo, Jessica Falconi, Isabel Baraona, Carlos Garrido Castellano
SEMINÁRIO
11 . 12 DE DEZEMBRO DE 2024
SALA 9 DO EP1 – ESAD.CR
O principal objetivo do presente seminário é analisar o papel da produção cultural nas transformações socioeconómicas da última década no contexto português. Partimos da seguinte questão: se aceitarmos que a arte não reproduz a realidade, mas funciona (especialmente em tempos de capitalismo artístico) como um motor de transformação social, que consequências terá repensar o Portugal “pós-Troika, pós-crise de 2008” do ponto de vista do trabalho cultural e da precariedade? Já em 2018, Ana Teixeira Pinto colocava uma questão semelhante e chamava a atenção para o paradoxo da criação visual, que se encontra no centro do processo de gentrificação e ressignificação de Lisboa, não existindo precedentes de economias criativas semelhantes em décadas anteriores. Entre 2018 e 2023, a situação só parece ter-se reforçado: o país já é frequentemente assinalado como destino preferencial de “nómadas digitais”; a arte pública, os festivais musicais e as “summits” e macro-eventos de todo o género têm-se tornado num cartaz do país (ou, pelo menos, dos seus espaços urbanos). Falta, contudo, perceber quais têm sido as estratégias postas em prática por artistas, escritores, realizadores, designers, etc. para refletir criticamente sobre o papel activo que a cultura tem desempenhado neste processo de suposta “recuperação económica”. Se pensarmos na produção cultural enquanto parte ativa das transformações da última década, então a cultura estará no centro das contradições e dos debates (cada vez mais omnipresentes, cada vez mais públicos) sobre sustentabilidade, pobreza e exclusão estruturais e degradação ambiental. O presente seminário visa examinar essas estratégias, mas também a capacidade da criação cultural de imaginar futuros alternativos e usos radicais dos afetos e cuidados que nascem da interação e cooperação entre as forças participantes.
PROGRAMA
11 . DEZEMBRO . 2024
09:30 – 10:00: Coffee break e nota introdutória
10:00 – 10:45: Paula Guerra: A arte salva os nossos corações, mas não as nossas vidas. Trabalho criativo, género e precariedade em tempos de crise.
10:45 – 11:30: Miguel Santos: The Difficult Table: Twigged Entanglements
11:30 – 11:45: Intervalo
11:45 – 12:30: Giulia Lamoni: Terra adentro. Arte contemporânea e territórios rurais em Portugal.
12:30 – 14:15: Pausa para almoço
14:15 – 15:00: Cristina Pratas Cruzeiro: Agir na corda bamba entre crises: capitalismo financeiro e práticas artísticas de compromisso social em Portugal (2014-2024).
15:00 – 15:45: Ana Paula Arnault (online): ‘Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades’(?): produção cultural e precariedade no palco português.
15:45 – 16:00: Intervalo 16:00 – 16:45: Maria Mire: “Clandestina” enquanto um observatório para modos de produção artística.
12 . DEZEMBRO . 2024
9:30 – 10:15: Otávio Raposo: Arte e governança nas margens urbanas: uma reflexão crítica sobre os usos da criatividade dos jovens.
10:15 – 11:00: Jessica Falconi: Marginalidade e resistência na literatura Afro-descendente publicada em Portugal.
11:00 – 11:15: Intervalo
11:15 – 12:00: Isabel Baraona: O que um livro pode
12:00 – 12:45: Carlos Garrido Castellano: Especulações temporais. Contemporaneidade, crise e “pós-crise” em Portugal
12:45 – 13:30: Discussão sobre a publicação
Organização:
Carlos Garrido Castellano, Raquel Ermida, Miguel Santos, Lígia Afonso
Apoio Institucional:
University College Cork; Irish Research Council; LIDA – Laboratório Investigação em Design e Arte; ESAD.CR – Escola Superior de Artes e Design; Cátedra UNESCO em Gestão das Artes e da Cultura, das Cidades e da Criatividade; Instituto Politécnico Leiria
Financiamento:
Irish Research Council; FCT
