O livro surge da vontade de articular e questionar, numa obra, os diversos ‘mundos’ que habitaram aquela mesma personalidade, multímoda e nem sempre apreendida na globalidade, embora sobejamente conhecida por segmentos do seu percurso de vida. Para uns, o poeta ou o precursor do Neo-Realismo… Para outros, o médico ou o pioneiro da Educação pela Arte em Portugal… Para alguns, o dinamizador de práticas artísticas ou o participante ativo na oposição à ditadura salazarista… Para muito poucos, o mesmo ‘homem de tudo aquilo. Chegou a dizer que devia ter vivido no século XIX, como o seu poeta de eleição, Antero de Quental, já que, não raras vezes, se sentiu fora da sua época. E, no entanto, a sua biografia revela-o como um homem profundamente empenhado na realidade do seu tempo.