Testemunhos

Sou o Luís Carlos, natural de Pé da Pedreira, Alcanede, Santarém. Entre 2009 e 2013, frequentei o curso de Serviço Social na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais de Leiria.

Gostava de descrever todas as memórias que trouxe comigo do Politécnico de Leiria, mas seria impossível descrevê-las na totalidade, pois algumas nem eu próprio as consigo explicar; apenas as senti e sinto através da intensidade com que as vivenciei. Contudo, poderei salientar as amizades para a vida (colegas e professores), aprendizagens e ensinamentos que me fizeram “sonhar alto” e, acima de tudo, que me ensinaram a dar valor e a lutar pelo meu futuro, como por exemplo, tirar um curso superior independentemente da condição financeira ou familiar. Fez-me despertar para o Mundo. Ensinou-me que um assistente social tem três mudas de roupa. Fez-me ver que o futuro depende da forma como olho para ele: aceitando as diferenças dos outros e sabendo colocar-me no lugar do outro, sem preconceito. Deu-me a melhor herança que um filho poderá ter, um canudo vitalício e um rótulo de triunfo. E, ainda como caloiro, quando fundei o Núcleo de Serviço Social, deu-me a prova que os “pequenos” também são “grandes”, bastando apenas acreditar e agir perante os objetivos.

O desemprego era algo que me assustava ao longo dos meus anos de estudante, como a tantos outros colegas. No entanto, desde o início do curso comecei a fazer voluntariado em várias áreas de serviço social, para desenvolver experiência que me facilitasse a entrada no mundo do trabalho. E foi o que aconteceu. Inaugurei uma Residência Autónoma de Deficientes, durante um ano estive na Câmara Municipal de Leiria e, neste momento, sou assistente social na Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla – Delegação de Leiria (https://www.facebook.com/SPEM.Leiri…). Paralelamente, sou voluntário em equipas de rua, estabelecimentos prisionais, programas de voluntariado da Câmara Municipal de Leiria e administrador da página de Voluntariado em Leiria (https://www.facebook.com/Voluntaria… ).Desde 2014, comecei a interessar-me pela educação não formal e participação cívica. Isto fez com que começasse a participar em projetos europeus sobre desenvolvimento comunitário, empreendedorismo social, desemprego jovem e politicas para a juventude em diversos países (por exemplo: Itália, Letónia, República Checa). Recentemente, frequentei uma formação intensiva de educadores para os Direitos Humanos, a qual me irá levar a outros patamares, como por exemplo, irei ao Parlamento Europeu em Estrasburgo, em Maio, para participar, com jovens de todo o mundo, na discussão dos problemas que afetam a Europa. Acredito que, nós jovens, temos também um papel importante na construção do nosso próprio futuro e das nossas gerações. Gosto de ser empreendedor do meu próprio futuro e se achar que consigo ajudar a melhorar alguma coisa, sou o primeiro a levantar o braço e a agir.

Foi por acreditar e ter certeza que poderemos fazer a diferença, que em janeiro de 2016, em Leiria, nasceu a Associação Reativa-te (https://www.facebook.com/Associaç�…), fundada por mim e por vários amigos meus que conheci no IPLeiria. Esta associação irá contribuir para a promoção da cidadania ativa, com o intuito de participar na construção de uma sociedade com cidadãos mais conscientes, empreendedores e socialmente comprometidos e participativos, no desenvolvimento local, nacional, europeu e mundial. Ambicionamos implementar projetos inovadores que consigam desenvolver o máximo de competências pessoais e sociais, principalmente dos jovens, através da aprendizagem entre pares e do seu envolvimento em experiências novas.

Sabendo onde quero ir nunca me esquecerei de onde venho. Tal como a minha terra, família e amigos, o Politécnico de Leiria estará sempre presente nestas conquistas porque foi de lá que trouxe as primeiras ferramentas que me fizeram abrir novos caminhos. Destaco o CRID, onde aprendi a ver que a diferença não significa ser inferior ou superior a ninguém. Todos nós merecemos ter dignidade humana.

Espero que a Rede IPLeiri@lumni continue este excelente trabalho, fazendo a ponte entre o antes e o depois e a alimentar laços que foram criados através do Politécnico de Leiria. Afinal, o melhor património que temos são as memórias e os bons momentos. A minha sugestão vai no sentido de se organizar encontros entre antigos e atuais alunos, onde os primeiros dariam o seu testemunho sobre a profissão e algumas sugestões aos atuais estudantes para terem uma entrada mais facilitada no mundo do trabalho. Por fim, deixo já a minha sugestão: sejam empreendedores do vosso próprio futuro e não queiram pertencer a uma “sociedade formatada”. Por tudo isto, agradeço ao Politécnico de Leiria.