Testemunhos

Aurélio Cuna

Escola

ESTG

Curso

CET. Organização e Planificação de Trabalho
Licenciatura. Gestão
Mestrado. Controlo de Gestão

Ano de conclusão

2008, 2011 e 2013

Sou o Aurélio Arlindo Nhavoto Cuna e frequentei a Escola Superior de Tecnologia e Gestão. Fiz um CET em Organização e Planificação de Trabalho entre 2006 e 2008, depois decidi fazer uma Licenciatura em Gestão que concluí em 2011 e fiz também um Mestrado em Controlo de Gestão que acabei em 2013.

Um dos melhores momentos de que me recordo foi quando tive a bênção de poder ir ao Brasil fazer intercâmbio, foi algo muito emocionante porque me candidatei sem ter a certeza de que poderia ser selecionado. Depois de ser selecionado dirigi-me ao gabinete de mobilidade do Politécnico e informaram-me de todos os requisitos necessários para poder fazer o intercâmbio. Tinha de juntar toda documentação no prazo de uma semana e um dos requisitos mais difíceis era o valor da passagem, pois tinha de pagar o bilhete de ida e volta do meu bolso e não era pouco. Por coincidência os Serviços de Ação Social estavam ainda a apurar o valor mensal a receber da bolsa referente ao ano 2010/2011 e isso serviu de base para negociar com os serviços. Eu disse o seguinte “Os serviços podem comprar a minha passagem e assim que for atribuído o valor da bolsa eu restituo de imediato”. Mas para a minha surpresa, o SAS (em dois dias) apurou o valor da bolsa a receber e em duas semanas consegui juntar toda a documentação e depois parti para o Brasil onde estive a fazer intercâmbio na UNIVATES, Rio Grande do Sul – Porto Alegre – Lajeado, durante 5 meses, o que foi uma experiência muito enriquecedora.

Quando terminei o mestrado regressei para Moçambique, em dezembro de 2013, e estive a colaborar com uma empresa que na altura estava com um projeto de internacionalizar o negócio, mas depois decidiu não avançar mais com ele. Logo comecei a procurar emprego e foi uma batalha diária. Só depois de 6 meses é que consegui emprego no Banco Comercial e de Investimentos (BCI) onde estive a trabalhar como gestor comercial de 2015 a 2017. A minha adaptação em Moçambique não foi nada fácil depois de ter estado muitos anos em Portugal e, em 2018, tomei a decisão de voltar, mas não sozinho, vim com a minha esposa e a nossa filha.

Atualmente, trabalho como assistente administrativo e financeiro numa empresa que atua na área de estruturas metálicas.

Neste momento o maior e melhor projeto é buscar orientação divina a Deus pois ele é o nosso guia, nosso protetor e abençoador, a nossa rocha e a nossa salvação. E o outro plano é aliar-me a projetos de ajuda humanitária e ou causas sociais.

Sou também representante da Comunidade moçambicana no distrito de Leiria com várias funções.

O Politécnico de Leiria contribui, digamos, de forma indescritível, principalmente para a minha formação pessoal. Quando cheguei a Leiria, vindo de Santa Comba Dão onde frequentei o ensino profissional, deparei-me com duas realidades que desconhecia. 1º na escola profissional nós tínhamos direito a bolsa de estudo mesmo sendo estrangeiro, mas a realidade no Politécnico era outra, os estrangeiros não tinham esse direito, mesmo que o meu país de origem fosse PALOP, isso não era um fator importante. Hoje em dia não sei bem qual é a realidade, mas creio que existem alguns protocolos entre algumas instituições de ensino que facilitam o intercâmbio e apoios através de bolsas de estudo.

Eu estudava à noite e possuía título de residência que não me permitia exercer atividade profissional, e tinha o período de diurno praticamente livre. Foi então que decidi expor a situação em que me encontrava aos Serviços de Ação Social do Politécnico de Leiria e daí houve um acordo de eu colaborar nas cantinas da ESTG e da ESECS desde 2006 até 2013. Em 2018 as coisas melhoram significativamente porque passei a ser considerado cidadão europeu. Já tinha direito à bolsa de estudo, mas mesmo assim continuei a colaborar com os serviços de forma honesta e responsável até 2013, ano em que terminei o mestrado em Controlo de Gestão.

Hoje sinto-me grato por tudo que o Politécnico fez para me auxiliar em tudo que eu precisava para poder concluir os meus estudos. Do outro lado houve muita entrega e foco da minha parte porque consegui concluir todos os cursos no tempo dito “normal”. Também agradeço a Deus por me ter dado muita saúde para poder manter o corpo e a mente sã e toda a proteção diariamente necessária.

Eu espero que a Rede Alumni seja um veículo que une e vincule de forma eterna todos os estudantes que passam pelo Politécnico de Leiria e na partilha de experiências do antes, durante e depois.

Acho que é importante também haver um antes de conhecer o Politécnico porque assim a experiência torna-se mais enriquecedora.