Testemunhos

Paulo Mauá

Escola

ESECS

Curso

Mestrado. Comunicação Acessível

Ano de conclusão

2017

Sou o Paulo Eduardo Mauá e frequentei o Mestrado em Comunicação Acessível (MCA) na ESECS, de 2015 a 2017.

No início, tudo era obscuro. Inédito. Um mestrado a distância. Mesmo com a especialidade em EaD pela Universidade Federal Fluminense, não sabia se o propósito seria cativante. O contacto feito por e-mail com a professora Carla Freire, começava a desfolhar lentamente se o curso me interessaria. Mas seria eu interessante para o Politécnico de Leiria? Que descobertas poderíamos traçar ao longo de dois anos de convívio? O que um engenheiro de formação e músico de paixão estava se intrometendo em um mestrado na área de educação e inclusão? Professora Carla e eu topamos o desafio e o mestrado “Ensino de Música para Cegos sem Braile: Desafio ou Loucura?” foi apresentado em novembro no auditório da ESECS. Mas até 2017, tive que descobrir cada uma das UCs, conhecer os companheiros e amigos de jornada, estudar autores desconhecidos ao longo da madrugada e deparar com os fusos (e confusos) horários e cultura entre Brasil e Portugal. Troquei sempre de grupo e não me preocupei em ficar com a “turma das notas altas”. O que valia: experimentar todos, suas vivências nas áreas de inclusão e paixões. Isso é o que interessa na vida. E contar com elas/eles nas dúvidas e, principalmente, com os tarimbados professores da escola. Foram meus pilares para o norte até o fim.

O meu propósito em realizar o Mestrado em Comunicação Acessível era colocar academicamente no papel a minha vivência à frente do projeto Música Transformando Vidas – PROMUVI – com pessoas com deficiência visual na cidade de Santos, Brasil. Com a base e estudo fornecidos e explorados nas disciplinas do MCA, e com a orientação da professora Sandrina Milhano, pude concretizar esse sonho com a tese do mestrado. Continuo à frente do projeto em minha cidade e agora (nem pensei nisso inicialmente) estabelecendo-o em Portugal, tendo a ESECS como base para a implantação do PROMUVI fora do Brasil. Além disso, estou preparando vários artigos científicos para 2018, realizarei um workshop em Portugal, na ESECS, em julho deste ano, aceitarei o convite para escrever o livro sobre a dissertação do mestrado, penso em dar continuidade e dar início ao doutorado, etc, etc, etc. Projetos não faltam.

Desde 2009, sou o Coordenador e Regente do Música Transformando Vidas e Tutor Virtual da disciplina de Inclusão em Educação Musical na Universidade Federal de São Carlos, além de palestrante do PROMUVI em diversas universidades no Brasil e no exterior. Continuo atuando como Consultor de Reengenharia de Gestão e Processos em empresas de navegação, construtoras e seguradoras, etc.

Sou também escritor de livros infanto-juvenis e quando estive na ESECS em novembro, o CRID lançou o meu título O CIRCO PANAPANÁ nos formatos braile e SPC. Pretendo lançar ainda esse ano o terceiro título da série: O CASTELO PANAPANÁ. A ideia permanente de crescimento do PROMUVI em se transformar em uma Escola de Inclusão Total na área de artes culturais para além da música. E gosto muito de aprender novos instrumentos musicais (trouxe uma Guitarra Portuguesa (a de Coimbra) aquando da dissertação do mestrado em novembro de 2017 e de viajar pelo mundo para lugares novos e namorar bastante a Malu (essa mulher que não existe…) e curtir as filhas em suas descobertas profissionais e de vida e…

O Politécnico de Leiria foi fundamental na consolidação académica e troca de vivências nas novas formas de trabalhar as investigações rotineiras de socialização, inclusão, recuperação da cidadania e autoestima de cada um dos integrantes do projeto e de mim mesmo.

Da Rede IPLeiri@lumni espero a expansão da troca de experiências com outros profissionais da área de inclusão social e musical. Aprender a aprender sempre. Espero também um intercâmbio virtual permanente entre os participantes (com data marcada pela Rede) e, se possível, periodicamente ao vivo no Politécnico de Leiria, para os que puderem comparecer.