Testemunhos

Olá,

Paulo Filipe Rosado Neves é o meu nome e frequentei o curso de Gestão Turística e Hoteleira na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM), em Peniche, entre 2009 e 2012.

Pediram-me que desse o meu testemunho sobre a minha experiência nesta instituição e qual a melhor forma de começar senão pelo princípio. Porque escolhi esta Escola? De forma sucinta, objetiva e muito honesta, três aspetos foram cruciais nesta decisão. O facto de estar longe da minha zona de residência – o que me dava oportunidade de adquirir mais independência; a proximidade do mar – e todas as atividades que daí advêm; e, por último, apesar de estar longe da minha zona de origem, as deslocações periódicas para casa e vice-versa podiam ser feitas num curto espaço de tempo.

Memórias que guardo do meu tempo de estudante? (RISOS) Muitas… Inesquecíveis, vitalícias, guardadas com carinho e sorrisos. Sinto alguma nostalgia enquanto as partilho convosco. Como em tudo na vida, existiram experiências positivas e negativas, mas sem sombra de dúvida as positivas ganham a taça! E foram elas que me fizeram, e continuam a fazer, voltar constantemente. Momentos felizes e infelizes foram vividos, gargalhadas e lágrimas, noites passadas em branco devido ao estudo (mas não só), amizades forjadas que ainda hoje se mantêm bem presentes. O Espírito Académico aqui é diferente, devido ao tamanho da cidade, e para mim só tem a ganhar por isso. A ligação que sinto a este sítio é muito especial, difícil de descrever e obviamente envolve vários aspetos, que não se resumem apenas à ESTM mas que dela advém. Sem dúvida, que foi o trampolim de toda esta experiência positiva na minha vida pessoal e, mais tarde, também profissional.

Aqui cresci, estar fora da zona de conforto ensina-nos muito; durante estes três anos a palavra responsabilidade foi incutida do meu quotidiano, não apenas nos estudos mas também na vida pessoal; organizar a vida diária, aprender a viver com pessoas que não conhecia, manter uma casa – e tudo o que isso envolve, especialmente quando és a pessoa mais arrumada que lá mora (hahahaha) – são algumas das coisas que passam a depender apenas do próprio e se não fizeres ninguém vai fazer por ti. Decisões importantes que hoje ainda me seguem, foram tomadas. Uma viagem à China (Beijing) em 2012, organizada pelo Politécnico de Leiria, a quem tenho que agradecer pela oportunidade, pois foi nela que a minha “fome” de trabalhar pelo mundo despertou – e devo acrescentar que nos dias que correm estou de “barriga bem cheia”.

Após a minha licenciatura não sabia que fazer, para ser franco sentia me um peixinho perdido no meio do oceano sem saber para que lado nadar – se me permitem o cliché. Porém, metas foram traçadas e objetivos cumpridos.

Comecei por “nadar” até Londres, onde fiquei 8 meses a estudar/trabalhar, aperfeiçoando assim a língua inglesa. Depois, com um vocabulário em Inglês bem mais extenso do que as pobres 20 palavras que tinha quando cheguei a Londres, rumei de novo a casa e durante mais 8 meses trabalhei como assistente-manager de restaurante, mas faltava algo – a “fome” continuava em mim.

Mesmo tendo trabalho continuei sempre à procura de algo que me saciasse mais. Surgiu, então, uma oportunidade para trabalhar no Brasil com funções similares às que estava a desempenhar em Portugal; no entanto, na reta final deu tudo errado, acabei por não ir para o Brasil e fiquei sem trabalho em Portugal – despedi-me antes de ter o novo contrato na mão, mais uma lição aprendida.

Mas como diz o povo “Quem corre por gosto não cansa” e em Dezembro do mesmo ano, 2014, ingressei na Royal Caribbean Cruises Lda. como Bartender, empresa na qual me encontro até hoje. Trabalhei em diferentes navios, cada contrato num navio diferente com rotas distintas, pelo mundo todo. No início deste ano, 2016, concorri a Cruise Sales Associate tendo conseguido o lugar. Mantenho-me nos navios mas com novas funções – até agora, vai de vento em popa. No fim do atual contrato terei dado a volta ao Mundo, o que me deixa feliz e orgulhoso da minha decisão, principalmente quando as saudades de casa apertam.

Apesar de gostar do que faço atualmente, mantenho sempre um olho nas novas oportunidades e aventuras. Emigrar não me assusta, bem pelo contrário fascina-me, pois o gosto de conhecer o mundo pelos meus próprios olhos é algo que sempre me seduziu. Além do mais, o que se aprende pessoal e profissionalmente pelo contacto com outras culturas não tem preço.

Obrigado ao Politécnico de Leiria por ter cumprido o seu papel na minha educação e crescimento. Nem todas as escolas podem dizer o mesmo, foi a base para muito daquilo de que desfruto hoje.

O que espero da Rede IPLeiri@lumni é exatamente o que está a ser desenvolvido neste momento: dar oportunidade a que os testemunhos dos antigos alunos incentivem e cativem aqueles que estão agora a começar os seus estudos. Num país, aliás num mundo, onde as oportunidades de trabalho são cada vez mais incertas isto pode ser crucial para a motivação dos novos alunos. A partilha de casos reais é importante, sobretudo para estudantes do 1º ano. Portanto, deixo um desafio à ESTM – no início de cada ano letivo, seria de convidar antigos alunos para partilharem as suas experiências com estudantes do 1º ano dos respetivos cursos.

 Um especial obrigado à Dra. Graça Seco pela oportunidade de partilha.