Bruno Carnide
Eu sou o Bruno Carnide, estudei na ESAD.CR de 2008 a 2011. Tirei a licenciatura no curso de Som e Imagem, e neste momento estou a trabalhar.
O meu percurso andou em torno do Politécnico de Leiria, daí ter escolhido este instituto para a obtenção da minha licenciatura. Primeiramente, frequentei um curso profissional de informática que me deu acesso direto ao CET. Finalizado o Curso de Especialização Tecnológica, fiquei com a possibilidade de entrar diretamente para Engenharia Informática na ESTG sem ter de completar qualquer tipo de exame nacional, e foi o que fiz!
No entanto, desde pequeno, tinha aquela vontade de seguir a área do Design. Desde muito pequeno que faço sites e outras atividades relacionadas com esta área mais criativa. Mas como estava muito mais facilitada a minha entrada para Engenharia Informática segui esse caminho na esperança de futuramente poder mudar de curso, para Design Gráfico na ESAD.Cr.
Só no final do meu primeiro ano a estudar na ESTG é que recebi, finalmente, a notícia de que poderia efetuar a minha transferência para o curso que realmente pretendia frequentar.
Na altura de escolher o curso, para o qual pretendia efetuar a transferência, houve alguma coisa que me fez mudar de ideias, e em vez de ter seguido Design Gráfico, como pretendera, optei por escolher o curso de Som e Imagem! Então continuei no Politécnico de Leiria mais uns aninhos!
Eu acabei por estar 3 anos na ESTG: dois anos de CET e um ano de Engenharia Informática. E como toda a gente sabe, as condições na ESTG são bastante diferentes das da ESAD.CR. E o meu primeiro impacto foi esse! Eu continuei no mesmo politécnico mas pareciam coisas totalmente diferentes! Porque a ESAD.CR, para além de todas as condições que são diferentes da ESTG e das outras escolas, é uma escola de artistas e por isso é um ambiente completamente distinto do resto do universo Politécnico de Leiria! Por exemplo, enquanto estudei na ESTG, numa escola com cerca de 5mil alunos, não se viam as pessoas! E na ESAD.CR, que é um universo mais pequeno em termos de alunos, isso não acontece! Aqui toda a gente se conhece e trabalhamos juntos. De todos os aspetos positivos do curso que frequentei, o que retiro de melhor foi de facto o ambiente que é vivido na ESAD.CR, que não se encontra em nenhuma outra escola superior em Portugal!
Por acaso costumam perguntar-me, o pessoal mais virado para o vídeo e cinema que se encontra indeciso para que escola ir. Porque se formos a ver, há uma grande oferta de cursos nesta área. O que eu tenho respondido, basicamente, é que, primeiro têm que saber definir o que querem do curso. Querem ir para um curso em que são os outros que os ensinam ou para uma licenciatura onde têm que aprender por eles? No entanto, também digo que caso escolham outra escola que não a ESAD.CR, estão a perder todo aquele ambiente fértil e inspirador, que nos faz sempre procurar mais e nos estimula. Na ESAD.CR aprendemos muito, pois temos de ir à luta para conseguirmos o que pretendemos e da melhor maneira! Isto depois transposto para o mercado de trabalho é uma grande mais-valia.
Mantenho alguns contactos com os meus colegas de curso. Sempre que há um trabalho, tentamos sempre falar uns com os outros para ver quem está disponível para ajudar! Por acaso a minha turma até criou um grupo no Facebook que nos permite continuar a manter esses contactos. Findado o curso, cada um seguiu o seu caminho, e portanto, já não é tão fácil encontrarmo-nos cara a cara. Através deste grupo no Facebook, conseguimos acompanhar os vários projetos a decorrer.
Em relação aos professores não mantenho um contacto tão próximo, ocasionalmente existe a oportunidade de discutirmos sobre algum trabalho.
Neste momento não penso em continuar a estudar. Estou mais focado na minha vida profissional, em poder trabalhar e ganhar experiência. Mas eventualmente um dia quererei continuar e seguir em frente com um mestrado. Neste momento não existem ofertas com os requisitos que preencham o que procuro. Também não sei até que ponto, na situação em que vivemos, o continuar a obter formação é uma mais-valia na procura de emprego.
Acabei o curso em junho de 2011 e estive à procura do meu 1º emprego durante 6 meses. O meu percurso até aqui acaba por ser então o que foi o meu percurso durante os 3 anos em que estive a tirar a licenciatura na ESAD.CR. Para além dos exercícios que eram regularmente propostos pelos docentes das várias cadeiras, eu fui sempre fazendo outras coisas para fora da escola. E é bem provável ter feito mais trabalhos para fora do que propriamente para a licenciatura! Quando saí da ESAD.CR, procurei manter isso, continuar a produzir, a trabalhar. Quando terminamos um curso e vamos para casa, é complicado conseguirmos manter a motivação para continuarmos a produzir, porque não existe nenhuma obrigatoriedade, como uma data de entrega do trabalho! E foi o que fiz durante esses 6 meses. Fui fazendo alguns projetos pessoais, trabalhos de autor. Depois também tive a sorte, com os contactos que fui obtendo durante o curso e durante os trabalhos “extra” que ia fazendo, que foram também os que me deram mais reconhecimento, de ir criando alguns trabalhos como freelancer. O que deu para conseguir juntar algum dinheiro e não desesperar por falta de emprego. Estava mais desesperado por não ter o que fazer! Estes trabalhos tinham em média, o tempo de duração de uma semana, fora isto ficava sem saber o que fazer ao tempo que me restava!
Entretanto em janeiro de 2012, consegui finalmente emprego numa empresa a ACTIVATE, situada em Lisboa. Trata-se de uma empresa de ativação de marca, por assim dizer! Um misto de marketing e design. Concretamente o que fazemos são campanhas, eventos, ações, vídeo…
Na altura, a ACTIVATE não tinha ninguém na área do vídeo. O facto de ter sido eu o selecionado, prendeu-se muito com o facto de não ter apenas uma licenciatura em Som e Imagem, mas sim porque um portfólio diversificado, que mostra todo o trabalho que desenvolvi fora do ensino! Hoje em dia este é um aspeto fundamental! Para a obtenção deste contrato de trabalho, a empresa não foi ver o meu CV nem sequer houve uma entrevista. Simplesmente me questionaram quanto às minhas capacidades como profissional da área e eu fui respondendo com trabalho já elaborado. Ou seja, o que é preciso é mostrar trabalho feito! E não pode ser simplesmente os projetos que fizemos durante o curso, porque no final de cada ano, são 60/70 pessoas que saem do mesmo curso, não existindo uma diferenciação que te faça distinguir de todos os outros! Então temos que aproveitar enquanto estudamos, enquanto estamos envolvidos naquele ambiente, enquanto temos material à nossa disposição! Porque finalizada a licenciatura, nunca mais estaremos em contacto com o mesmo número de pessoas interessadas num trabalho semelhante. E se quisermos fazer algum projeto este já envolve mais custos. Então temos que aproveitar ao máximo os três anos de licenciatura para desenvolvermos o maior número de trabalhos possíveis!
Em termos profissionais, atualmente acabo por ter praticamente duas profissões. Uma delas diz respeito ao meu trabalho pessoal, ao que realmente gosto de fazer! A outra, é respeitante ao meu trabalho remunerado na ACTIVATE! Pessoalmente, dedico o meu tempo às curtas-metragens e a todos os meus outros trabalhos como realizador e autor. Na ACTIVATE, o meu trabalho passa pela cobertura de eventos, vídeos institucionais, corporativos, campanhas, etc…todo o tipo de vídeos que são requisitados pelas empresas à ACTIVATE. A grande diferença entre estas duas ocupações é que nesta empresa todos aqueles trabalhos são exigidos de uma hora para a outra! Para vos fazer ver, estou a trabalhar há 3 meses, portanto 12 semanas, e já entreguei cerca de 15 vídeos. Ou seja, é mais do que um vídeo por semana que tem que ser entregue pronto. O resultado é que não temos muito tempo para pensarmos no que iremos desenvolver. Por toda esta situação é que prefiro fazer os meus trabalhos, onde tudo é pensado cuidadosamente! Por exemplo, a minha curta: “Em Terra Frágil”, demorou-me três anos até estar concluída. Todo este tempo deveu-se ao facto de ter sido um projeto pessoal o qual eu quis que ficasse bem feito!
No mercado de trabalho, tudo é produzido o mais rapidamente possível e em maior número! Não existe muito tempo para ponderarmos sequer se o trabalho foi bem ou mal feito! Por isso, quando ouvimos alguém queixar-se durante a sua licenciatura, da carga de trabalho, é melhor começarem a pensar que enquanto profissionais da área têm, que saber dar resposta a todas estas situações!
Neste momento não tenho nada em concreto em termos de projetos pessoais. Quero fazer mais uma curta-metragem, mas recentemente tenho produzido trabalho mais na área dos vídeo-clips. Porque a verdade é que neste momento não disponho assim de tanto tempo livre para estes trabalhos do campo mais pessoal. A ACTIVATE proporciona-me uma grande quantidade de trabalho semanal e portanto não são muitas as horas livres. Mas sim, tenho como objetivo uma nova curta-metragem, ando aos poucos a concretizá-la, entre o tempo que passo a trabalhar e o tempo de descanso e lazer de que todos necessitamos.
Tenho produzido trabalhos para vídeo-clips, pois estes, apesar de serem também trabalhosos, são menos complexos. Ou seja, num vídeo-clip preocupas-te com a captação da imagem para um som já elaborado, enquanto para concretizares uma curta-metragem necessitas de uma equipa mais numerosa e tens que dar resposta a um número mais complexo de situações.
Se me fosse proposto vir dar aulas abertas no âmbito da Rede, aceitaria esse desafio. Já tenho ido falar a vários sítios. Fui recentemente às Caldas falar, foi curioso porque encontrei lá ex-colegas meus, e basicamente a minha conversa foi esta, quando estamos a estudar de facto devemos aproveitar o que nos é oferecido durante esse tempo. Sempre que posso, aceito este tipo de desafios. Aproveito, desde já para dizer que no próximo dia 28 de abril irei estar no MiMO em Leiria, a dar uma tertúlia sobre pré-produção de filmes. E portanto, a minha resposta é sim! Aceitaria com todo o gosto!
Essa ideia de juntar os antigos alunos numa espécie de Rede Social e dar a possibilidade de partilhar experiências parece-me bastante vantajosa. Acho interessante e motivador, a ideia de poder juntar os ex-estudantes fazendo, por exemplo, periodicamente, seminários, palestras ou outro tipo de eventos que os una também presencialmente e não utilizando a internet como única ferramenta de contacto e comunicação.
Acho relevante o facto de podermos partilhar experiencias e conhecimentos não só com profissionais da nossa área de formação mas também com antigos estudantes de outros cursos. Muitas vezes são pessoas que podem ser interessantes mesmo para a realização de projetos profissionais, e que provavelmente sem a Rede nunca teríamos a oportunidade de vir a conhecer.
Realmente o Facebook é uma importante ferramenta de comunicação. Portanto, faz todo o sentido a Rede IPLeiri@lumni estar presente nesta Rede Social. Se calhar se a divulgação da Rede passasse por algo mais formal a informação não iria fluir de forma tão eficaz.
A minha sugestão, para que a Rede não se venha a tornar exclusivamente um “aglomerado” de pessoas no Facebook, é que, como já referi anteriormente, periodicamente sejam realizados vários eventos nas diferentes escolas. Seria interessante também que através desses eventos se proporcionasse um “intercâmbio” entre os diferentes polos e cursos lecionados no IPL. De facto, por vezes quem estuda na ESTG não tem ideia do que pode encontrar na ESAD.CR e vice-versa. O que quero dizer, é que não existe uma ligação, então nem toda a gente toma essa consciência do IPL como um todo. Penso que seriam eventos fáceis de organizar.
Penso que a Rede poderá ser uma importante ferramenta para o desenvolvimento da região e para o elevar do nome do IPL. Os antigos estudantes têm um importante papel no “transportar” da marca do instituto, e com a divulgação do seu sucesso profissional associado ao instituto, fará com que a imagem do IPL se torne mais visível perante o público em geral.
Também sou da opinião que a Rede poderá vir a resolver alguns mal-entendidos. Ou seja, com a Rede, será possível fazer um correto acompanhamento do percurso de antigos alunos. Assim, não será feito um aproximar entre alumni e instituição após a notificação externa do seu sucesso. Para além de que, com toda a certeza, existirão muitos mais antigos estudantes com uma carreira fantástica e que neste momento o IPL não tem conhecimento. Após uma boa inclusão na Rede IPLeiri@lumni, vai passar a ter!
O conselho que deixo aos atuais estudantes, é que se estão num curso que realmente é a vossa área e é o que gostam de fazer, então apliquem-se! Tentem durante os três anos que dura a licenciatura, fazer mais do que vos é exigido na escola! Hoje em dia temos que lutar para conseguirmos o que queremos. Desenganem-se se pensam que o facto de possuírem uma licenciatura vos garante emprego. Vejam no meu caso, não vou dizer que tenho um portfólio extraordinário, mas é algo considerável, e tive imensas dificuldades até encontrar emprego
E pronto é isto! Agora vão à página do Facebook e façam “gosto” na Rede IPLeiri@lumni!
Para todos aqueles que já foram estudantes do IPL, e procuram novas oportunidades, conhecer novas pessoas e de diferentes áreas, inscrevam-se na Rede! Quem sabe se não será aqui que encontrarás alguém que te possa ajudar a lançar a tua carreira!
Se não entrarmos na Rede, nunca iremos saber o que lá poderemos encontrar!