Testemunhos

Ivan Barroso

Escola

ESAD.CR

Curso

LIcenciatura. Artes Plásticas

Ano de conclusão

2004

O meu nome é Ivan Barroso e iniciei o meu percurso académico na ESTGAD em 2001, mas, após dois anos a escola mudou de nome para ESAD.CR. Na época o curso era divido em 2 habilitações literárias, conhecida por 3+2. Ou seja, eram necessários, pelo menos, 3 anos para concluir o “Bacharelato” (atualmente, denomina-se este tipo de formação por “Licenciatura”), sendo seguido depois por uma “Licenciatura” de 2 anos (que também mudou, entretanto de nome para “Mestrado”). A primeira parte do Bacharelato/Licenciatura conclui em 2004, e a segunda parte de Licenciatura/Mestrado em 2006.  

As memórias são boas com uma formação intensiva na área da criatividade, onde explorei vários tipos de processos (madeira, metais, cerâmica, fotografia e digital), fazendo parte de uma comunidade académica muito viva. Muitos professores também contribuiram para este crescimento, e devo-lhes sempre uma nota de gratidão por todo o que me ensinaram. Na época era tudo algo novo, visto que o edificio era recente, havia muitos estudantes a viver na cidade e isso tornava possível um espírito criativo efervescente. Bastava passar nos corredores da escola para se sentir que havia algo de novo sempre a surgir. Mas, também me recordo dos colegas do curso de “TIE” (Tecnologias de Informação Empresarial), que seriam removidos da ESTGAD para migrarem para a ESTG, e da introdução dos então novos cursos de “Teatro” e “Som e Imagem” num novo polo. E com isso mais mudanças no campus da escola, como a implementação de uma nova cantina e residência de estudantes para conseguir servir a população estudantil que estava a crescer. Sentia-se sempre que a escola e a sua comunidade nunca parava de crescer, ou apresentar algo de novo, com todas as dores de crescimento que isso acarrenta. 

Depois de acabar o curso, usei todas a competências que adquiri ao longo dos anos, não só na ESAD.CR, mas também nos workshops que frequentei, no networking que desenvolvi nas várias palestras que decorreram naquele período na escola, nos cursos pós-laboral do CENCAL que tinham parceria com o IPLeiria… Em 5 anos deu para aprender e conhecer muito. Recordo-me sempre que o curso acabou no dia 30, e no dia seguinte, já estava a trabalhar na área. A partir daqui, seguiu-se várias oportunidades, e o meu primeiro videojogo, surgiu ainda em 2006, que marcou não só uma ambição profissional, mas também era um reflexo da formação criativa, técnica e criativa traçada ainda na ESAD.CR. Depois foi outra viagem, onde se destacou um período de 2 anos na Sérvia, e a volta ao país com outro tipo de competências, a fundação da revista Pushstart, os 3 livros publicados sobre a história e cultura dos videojogos e o trabalho colaborativo e individual na indústria dos videojogos nacional. Olhando agora para trás, é clarividente, que tudo começou em 2001 e foi graças a esse percurso académico que toda esta viagem se tornou possível.

Neste momento sou Game Designer e Project Manager na indústria dos videojogos, repartindo o meu tempo entre aulas em curso de desenvolvimento de jogos (onde naturalmente se inclui a Licenciatura da ESTG em “Jogos Digitais e Multimédia) e o trabalho de consultoria em vários projetos de videojogos. Mais recentemente, tenho colaborado com a Portugal Ventures e com as Start’ups de incentivo ao desenvolvimento de jogos, tanto no Continente, como nas regiões autónomas.
Neste momento estou a finalizar o meu doutoramento na área da história e cultura dos videojogos. Outro tipo de projetos estão neste momento em pausa.
O IPLeiria é sem dúvida uma força com potencial enorme na região oeste, e na minha humilde opinião, um dos principais aceleradores da região nas novas áreas emergentes. Sem a instituição, não tenho dúvidas, que tanto o meu percurso, como o de tantas outras pessoas, seria totalmente diferente. As distinções que o IPLeiria vai ganhado todos os anos são a prova disso mesmo. Na minha área, todos os anos, alunos do IPLeiria vão ganhando prémios com os projetos que desenvolveram no curso de Jogos Digitais e Multimédia, o que comprova que o seu rigor, a sua criatividade, os seus conhecimentos técnicos estão em tom com as expectativas profissionais. Só este ano, houve, no total 10 projetos nomeados para os Prémios PlayStation, ganhando depois 8 categorias neste concurso, e houve também uma série de alunos a participarem em eventos de relevância nacional (Lisboa Games Week em Lisboa, XL Games World no Porto, Óbidos Vila Gaming em Óbidos), assim como outros a serem destacados nos concursos FNAC Novos Talentos e no Spotligh Awards. E no panorama internacional, a serem convidados para eventos na Coreia do Sul (IndieCraft), e a ganharem distinções no IndieDB Awards. Em anos anteriores, inclusive ganharam 3 das 4 finais da Nordic Game Contest, sendo depois nomeados como representantes portugueses na Suécia. Todas estas distinções, comprovam como a formação obtida no IPLeiria contribui para a sociedade, e como esta é reconhecida fora de portas. Espero que a Rede Alumni seja um espaço onde alumni possam conviver, conhecer-se e expandirem os seus rumos, acrescentando também valor aos atuais estudantes do IPLeiria. Diria que são necessárias mais atividades para criar um espaço comum entre todas as pessoas que fazem parte desta comunidade. Não só uma gala esporádica por ano, mas também, um encontro mensal. Por exemplo, aproveitar o facto de Leiria acolher alguns eventos desportivos de renome (i.e. final da Taça da Liga), e fazer uma entrega de bilhetes (com acesso a camarotes?), acompanhado de um jantar, ou almoço para todos se conhecerem. Oportunidades de negócio e ofertas de emprego podem surgir nestas ocasiões! Também podiam ter uma série de regalias na região, como descontos em restaurantes, lojas e serviços, fazendo com que a comunidade invista igualmente na área geográfica, ou nalguns casos, que volte com a família. Podiam também fazer fim-de-semanas desportivos, até em família, onde as pessoas viessem participar (torneios de futebol ou voleibol nos campos das residências de estudantes, ou uma corrida de atletismo nos parques da cidade). Concursos literários, com prémios simbólicos (por exemplo, uma coletânea de contos, que pode ser publicado numa edição limitada de 100 edições – não faltam pessoas que acabaram os vários cursos com imensos livros publicados e que de certeza, não se importavam de participar). Ou seja, uma espécie de Cavalo-de-Troía, em que o objetivo é reunir as pessoas, mas também aumentar a pegada digital e comunicacional do IPLeiria nos vários órgãos de comunicação.