João Tanoeiro
Sou o João Rui Tanoeiro e frequentei a licenciatura em Biologia Marinha e Biotecnologia e o mestrado em Biotecnologia dos Recursos Marinhos na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, de 2017 a 2022.
Da jornada que foram os meus 5 anos enquanto estudante desta casa levo momentos que me marcaram e que me levam a dizer que sem qualquer dúvida fiz a escolha certa.
Enquanto aluno de primeiro ano, surpreendi-me pela proximidade que os professores tinham dos seus estudantes, sempre dispostos a ajudar e a dar um apoio extra aos que necessitavam. Ainda me lembro da professora Teresa Mouga (talvez na minha segunda semana de aulas) chegar perto de mim e me dizer “Então e você é o João Rui… Tanoeiro” com uma pausa que irei sempre interpretar como a pausa de quem pensou a fundo no assunto e quis de facto decorar o nome dos seus estudantes. Algo que sempre me disseram que não ia acontecer no ensino superior.
Surpreendi-me também pelo que foi a Praxe, longe de tudo o que tinha lido e ouvido antes de chegar ao ensino superior. A Praxe trouxe-me eternas memórias tais como os momentos em que conheci os meus padrinhos, afilhados e as minhas amizades mais próximas. Tive o privilégio de entrar por candidatura na Comissão de Praxe da ESTM onde cheguei a exercer o cargo de Carrasco nos meus dois últimos anos de estudos. Este cargo permitiu-me discursar na cerimónia de finalistas dos meus colegas por duas vezes. Terei sempre orgulho destes dois momentos nos quais senti a verdadeira união da comunidade académica de Peniche.
Tive também a oportunidade de representar o Politécnico de Leiria em feiras e exposições, o que me permitiu conhecer a realidade não só da minha escola, como de todas as restantes, vivendo momentos de diversão e orgulho com outros estudantes. Enquadrada nesta oportunidade pertenci ao grupo de Microinfluenciadores, um grupo de estudantes do Politécnico que apoiou estudantes (e restantes) em todas as questões ligadas à pandemia que vivemos. Aqui lembrar-me-ei sempre do entusiasmo e união (com o devido distanciamento social) que este grupo viveu, principalmente nas gravações de vídeos para exposição da iniciativa.
Por dois momentos representei a nossa instituição em eventos europeus através da Regional University Network. Esta aliança permitiu-me viajar para a Irlanda onde, em conjunto com outros estudantes empenhados de toda a Europa, divulgamos um projeto no âmbito de bioplásticos. Já em representação da própria RUN-EU participei na primeira European Student Assembly, em Estrasburgo, França. Aqui juntei-me a mais um grupo de estudantes de toda a Europa com o objetivo de desenvolver novas políticas no âmbito do tema “Social media: opportunities and threats – How can the EU regulate digital platforms without limiting freedom of speech and free exchange of thoughts?”. Aqui foi-nos possível presenciar a atuação dum coro de Estrasburgo que já não atuava há algum tempo devido à pandemia. Pensar nesta atuação ainda me deixa arrepiado até hoje. Não só pela beleza do canto do grupo que atuou, mas pelo furor que foi emitido pelos estudantes no final da mesma. Sem qualquer palavra dita, todos os participantes do evento se levantaram e aplaudiram por mais de 5 minutos seguidos. Este momento marcou-me pelo sentimento de união, saber que todos lutávamos contra esta pandemia mas que ainda existia esperança nos momentos bonitos que poderemos viver.
Uma das minhas memórias mais recentes passou pela participação numa lista candidata a representação dos estudantes no 4º Conselho Geral do Politécnico de Leiria, onde vi o apoio forte dos estudantes de Peniche. Assim cheguei a conselheiro neste órgão, um cargo de que sempre me orgulharei, principalmente devido à ajuda e confiança dos meus colegas da ESTM.
Ainda antes de ter terminado o meu mestrado tive a oportunidade de ser aceite num programa de Doutoramento na Irlanda, com a Technological University of the Shannon: Midlands Midwest, através da aliança europeia RUN-EU. Assim sendo, vou dar início a mais uma jornada que será sempre moldada pelos prévios 5 anos. Desenvolverei um projeto de investigação focado na dessalinização de substratos através de recursos marinhos.
Acredito que todos devemos ter o nosso retiro do que é o trabalho e dever. Eu encontrei este retiro ao longo dos meus estudos na forma da fotografia, mais especificamente fotografia analógica. Assim, criei uma página no Instagram para divulgação deste hobby, na qual publico compilações de fotografias tiradas através da mesma câmara que a minha mãe utilizava quando eu tinha 4 anos de idade. A página em questão é a @espio35mm na qual estão capturados alguns momentos da minha vida estudantil e até da minha passagem como estagiário numa aquacultura na Figueira da Foz.
Como aprecio estas oportunidades, não poderia acabar este raciocínio sem deixar as restantes redes sociais: Instagram pessoal – @joaorui21, Facebook – https://rb.gy/uknwu8 e LinkedIn – https://rb.gy/nb9vhh
O Politécnico de Leiria foi, de facto, a família que me faltava quando estava longe da família que me criou. Nunca me senti como “apenas mais um”, mas sim como uma pessoa “da casa”. Graças a esta casa passei de aluno duma escola secundária (na minha querida vila da Chamusca) que praticamente não possuía laboratórios, a doutorando. O que cresci como individuo seria impossível de descrever tão sucintamente, mas sei que foi devido à grande rede de pessoas que é o Politécnico de Leiria. Pelas suas pessoas e a interação que tive com as mesmas, terei sempre orgulho em dizer onde estudei!
A partir da Rede Alumni espero a facilidade na ligação antigos-estudantes com atuais estudantes, aumentando as oportunidades e conhecimento de ambas as partes. Isto também poderá facilitar os processos de estágios curriculares e motivar os nossos atuais estudantes.